Aromas de Tavira


Das margens do Gilão te contemplo

Podem haver destinos traçados ou simplesmente coincidências.

A verdade é que  me parece que ainda sinto aroma que entrou nas minhas narinas quando respirei o ar fresco ao sair do comboio na estação de Tavira, por volta das 23 horas do dia 18 de Abril de 1974.

Talvez  os ventos oriundos da  Serra do Caldeirão tivessem descido até ali para me darem uma aromática recepção ou talvez umas flores que se enleavam numa das paredes do edifício da estação de Tavira fossem a origem desse agradável cheiro. O facto é que mais tarde, numa tarde de calor, fui de propósito á estação dos CF para experimentar o mesmo cheiro, mas nenhuma parecença.

Quis o Estado Português transferir-me de Santarém para o Quartel de Tavira. Enquanto esperava o comboio conheci a pessoa que mais tarde veio a ser minha mulher.
E por lá fiquei, no cumprimento do serviço militar, trabalhando em simultâneo no Aldeamento Turístico de Pedras d’El Rei em Santa Luzia. Esta é uma das histórias que fazem parte das minhas Historias d’Hotel.

Imagem recolhida de Turismo Tavira

Do interior da serra chega uma saborosa oferta gastronómica, da qual fazem parte a perna de cabrito no forno, a açorda de galinha, a caça, os enchidos, o queijo fresco de cabra e ovelha.

Os produtos do mar são os ex-libris, destacando-se os mariscos, o polvo, o atum e o peixe grelhado. Junto à actual Praça da República existem vestígios  que documentam a actividade piscatória e conserveira dos turdetanos, nomeadamente, um molhe de acostagem, um armazém de ânforas com preparados piscícolas e, imagine-se, a mais antiga rede de pesca de atum conhecida até ao momento.

De 19 de Março a 10 de Abril muitos restaurantes vão aderir ao  Festival de Gastronomia Serrana de Tavira  e muitos visitantes vão certamente absorver diversificados sabores.

 

Este empreendimento trouxe-me muitas alegrias pessoais e profissionais; por isso, recomendo com toda a convicção de que é uma das melhores sugestões para passar uns dias em qualquer época do ano.